As metodologias da educação têm traçado vários rumos nas últimas décadas, transformando o processo ensino-aprendizagem da maneira como conhecemos. Estas novas tendências do futuro da educação bebem de influências que vão desde Paulo Freire até às novas tecnologias utilizadas no mercado.

Confira a seguir alguns movimentos que estão tomando força e que podem modificar profundamente a educação no Brasil e no mundo:

1)  Movimento maker: aprendendo na prática

movimento maker na educação nasceu inspirado na ideia de “faça você mesmo”, buscando estimular o aprendizado através da execução de projetos e experiências, transformando completamente a sala de aula. A ideia é colocar à disposição dos alunos recursos e matérias primas que permitem colocar em prática a teoria, estimulando a criatividade e aumentando sensivelmente a compreensão do assunto abordado.

Um dos atuais pesquisadores de educação que adota a ideia de modificar a forma de ensino para algo mais prático é Paulo Blikstein. Ele é formado em Engenharia pela USP e professor na Universidade de Stanford, nos EUA, onde participa de um grupo que desenvolve pesquisas educacionais seguindo metodologias científicas à risca. Uma das descobertas de seus estudos é que fazer experiências com os alunos antes de ensinar a teoria aumenta em 25% as chances deles aprenderem mais.

2) Fab Lab’s: criatividade e desenvolvimento na escola

O professor Paulo Blikstein encabeça ainda o projeto FabLab@School, que parte da proposta de Paulo Freire de tornar a escola mais produtiva e transformadora, associando as possibilidades da fabricação digital na educação com teorias pedagógicas. O fab lab é uma abreviação de “laboratório de fabricação” em inglês e trata-se de um espaço onde pessoas se reúnem para realizar projetos de fabricação digital de forma colaborativa. Esse tipo de espaço oferece acesso a equipamentos tecnológicos utilizados para a fabricação digital, como impressoras 3D, cortadoras de vinil e à laser, fresadora de pequeno e grande formatos.

2) Ensinando crianças a programar

Nesse pensamento de praticidade para a educação, uma outra tendência é a aprendizagem na prática tendo a tecnologia como coadjuvante. Um exemplo é a escola SuperGeeks, com sede em São Paulo, que tem uma metodologia voltada a ensinar às crianças a programar. As aulas são elaboradas de forma que os alunos aprendam brincando, podendo programar seus próprios games ou até mesmo desenvolvendo aplicativos.

3) Flipped Classroom: o conceito da aula invertida

Flipped Classroom é uma metodologia que vem sendo disseminada nos últimos anos pelos professores norte-americanos Jon Bergmann e Aaron Sams, testada e aprovada por universidades classificadas entre as melhores do mundo, como Duke, Stanford e Harvard, em diversas disciplinas. De forma resumida, o Flipped Classroom se concentra em fazer com que os alunos se envolvam mais com seu material de estudo, pois enquanto na sala de aula tradicional o professor transfere a informação para os alunos, na aula invertida o professor torna-se o mediador e a tecnologia, um suporte para que os estudantes acessem conteúdos e informações antes da aula. O tempo em sala, então, é otimizado e dedicado a discussões, dúvidas, pontos-chave e dinâmicas em grupos. O conteúdo é acessado através da tecnologia QR Code e traz uma aula resumida com animações digitais.

Não importa o movimento, o grande desafio para a educação do futuro é estimular os alunos a permanecerem conectados com a escola, fazendo com que as crianças e adolescentes do mundo moderno mantenham-se interessados em aprender, seja criando projetos ou objetos que facilitem sua aprendizagem, seja resolvendo problemas no meio em que estão inseridos. O importante é transformar salas de aula em espaços que estimulem a criatividade e a colaboração.

 

 

 

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