Por: Diogo Vieira

Em praticamente todos os noticiários, todos os dias, as notícias dos jornais das diversas mídias massacram os expectadores, internautas e leitores. As constantes denúncias envolvendo autoridades dos meios políticos e jurídicos, os números negativos de nossa economia e as discussões superficiais envolvendo complexas ideologias políticas geram um sentimento de impotência e frustração sobre todos.

Como reagem os nossos jovens diante de um cenário tão difícil? Como tentar manter a chama da esperança e do planejamento no futuro para esses jovens? Qual deve ser o papel da escola diante de tamanha crise generalizada?

Qualquer tentativa de resposta simplista sobre essas problemáticas não passa de retórica, pois as discussões sobre esses temas são complexas. O objetivo desse breve comentário é alertar sobre a necessidade de intensificar as preocupações com certos aspectos dos educandos.

Os adolescentes que estão adentrando e percorrendo o Ensino Médio iniciam um processo gradual de despertar para o mundo fora dos muros das escolas e de suas residências. Começam a se envolver com a questão da escolha profissional, com os exames de admissão em universidades e com o seu planejamento de futuro. A vivência dessa fase traz novas dificuldades e desafios para o adolescente. O momento atual, de crise moral, política, econômica e institucional cria um sentimento de descrédito e de frustração por parte dos jovens, intensificando as dificuldades naturais dessa fase de transição.

Diante desse cenário, o papel da escola se torna ainda mais importante. Com o apoio e a parceria das famílias, cabe também à escola manter seus educandos motivados, ajudando-os a perceber as inúmeras oportunidades de futuro que existem. Além disso, a percepção e o envolvimento com essa crise também é uma oportunidade para que os estudantes entendam que a construção social, política e econômica de um país é dinâmica e passa por fases variadas, cabendo também às novas gerações colaborar para a formação de um cenário mais promissor. O acolhimento e a alteridade são as bases para a afetividade real, aquela que faz a diferença na vida de quem está em um momento tão delicado. Sejamos próximos e assim ajudaremos os nossos adolescentes a encontrem os seus caminhos, os seus destinos.

Obs.: Na opinião do autor, as discussões sobre as diversas ideologias e estruturas político-econômicas não devem ser evitadas, mas trabalhadas com ainda mais cuidado e atenção. É importante lembrar que extremismos nocivos para a humanidade, como o Nazismo e o Stalinismo, foram desenvolvidos em momentos de crise, sendo importante alertar para as discussões ideológicas, de forma sóbria, séria e cuidadosa.

Diogo Vieira é autor do Sistema GGE de Ensino e professor de Ciências Humanas

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