Por: Deyse Machado

Qual é o momento certo de ensinar o aluno sobre como lidar com o dinheiro? Desde cedo, eles já pedem e compram coisas, muitas vezes, sem terem noção de quanto custa cada objeto. Países como Noruega, Dinamarca, Suécia, Israel e Canadá são os que mais investem em Educação Financeira nas escolas. Em alguns países este processo se inicia desde a Educação Infantil, enquanto em outros, o assunto é abordado somente no Ensino Médio.

A Educação Financeira é um processo em que o indivíduo faz escolhas conscientes e se mantém bem informado a respeito da economia para elaborar a melhor forma de administrar seu dinheiro. Colocar na ponta do lápis é muito importante, mas vai além disso, trata-se de comportamento, fazendo com que o indivíduo desenvolva novos hábitos para a realização de determinados sonhos.

O perfil de endividamento das famílias brasileiras em 2017, elaborado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que, houve aumento no percentual de famílias endividadas, alcançando a média anual de 60,8% do total das famílias brasileiras. É importante ressaltar que os filhos tendem a imitar seus pais em suas ações e comportamentos, ou seja, os dados alarmam para uma próxima geração de endividados. Com base nisso, o processo de aprendizado deve ser iniciado o mais cedo possível, ensinando o aluno sobre os benefícios e as consequências de uma má administração do dinheiro.

Em Pernambuco, os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental do Colégio GGE, por exemplo, têm como diferencial curricular a Educação Financeira. Em sala, eles aprendem a fazer planejamento, como se comportar diante de suas finanças, a importância de economizar e como podem fazer o dinheiro multiplicar com investimento bancário. O professor Gabriel Soares, responsável pela disciplina, trabalha de forma atrativa, através de vídeos, debates e dinâmicas. “Os alunos levam o conhecimento de sala e contaminam a família com esses princípios, ou seja, é um aprendizado mútuo em que no final, todos saem com o saldo positivo”, comentou.

O consultor financeiro e escritor Gustavo Cerbasi criou uma tabela explicando qual o papel dos pais para cada faixa etária.

 

IDADE

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS

PAPEL DOS PAIS QUANTO A EDUCAÇÃO FINANCEIRA

0 A 2 ANOS

 Os desejos não estão associados ao dinheiro, mas o interesse pelas atitudes dos pais é intenso e crescente. Dar exemplos através de suas atitudes, pois estas serão copiadas pelos filhos e os tornarão mais disciplinados.

3 A 4 ANOS

A realização de desejo é associada ao ato de comprar, que depende essencialmente da vontade e do dinheiro dos pais. Evitar banalizar o consumo e estabelecer regras para o uso do dinheiro, como limites orçamentarias e datas para celebração e presentes.

5 A 6 ANOS

Percepção de que é possível interagir com estranhos sem intervenção de adultos. Cultivar a independência, permitir aos filhos que interajam com vendedores e manipulem dinheiro com compras pequenas.

7 A 10 ANOS

Intervenção de papeis sociais e quantificação de valores, como o aprendizado de matemática. Conversar sobre o dinheiro, trabalho, sustento da família, objetivos de estudos e escolha de profissão.

11 A 14 ANOS

Percepção da responsabilidade e primeiros conflitos típicos da adolescência. Cultivar a autonomia, com a prática da mesada ou da oferta de recursos de uso livre de filhos. Incluir os filhos nas tarefas de organização financeira familiar.

ACIMA DE 15 ANOS

Necessidades de assumir papéis típicos de adultos Conversar sobre temas relacionados à administração pessoal, uso de bancos, incentivos maiores  a formação  de poupança  e desejos  versus investimentos necessários.

 

Diante disso, torna-se imprescindível no âmbito familiar o estudo da educação financeira, uma vez que o aluno precisa adquirir uma relação saudável com o dinheiro e ter a consciência na utilização dos recursos financeiros, capaz de possibilitar o conhecimento de como ganhar dinheiro, ser capaz de poupar e saber como gastá-lo de forma eficiente.

 

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