As transformações do modelo educacional são constantes e não estamos falando apenas do uso da tecnologia como aliada. Nos últimos anos, muitas escolas adotaram o material didático produzido por sistemas de ensino e distribuídos em escolas parceiras. Com isso, o conteúdo se tornou mais dinâmico, atualizado e de melhor interação com o aluno. O diferencial é que o sistema de ensino compreende a fundo os desafios enfrentados nas salas de aula e busca sempre manter uma constante de evolução e inovação nas soluções apresentadas. O que se espera é que o conteúdo, soluções e tecnologia que servem como base para a prática docente sejam sempre atuais, partindo da compreensão de que o aprendizado se transforma a todo instante.
Mas, você já parou para pensar como esse material didático é produzido? Quais são as etapas de criação e desenvolvimento desse conteúdo tão específico e atualizado? O processo começa muito antes do início do ano letivo. A produção editorial de materiais didáticos exige uma alta capacidade de empatia com todos os agentes do fazer educacional, já que cada livro será usado não só por estudantes de distintas faixas etárias e segmentos de ensino, como também por professores, coordenadores pedagógicos e pelas famílias dos estudantes. É por isso que o processo precisa ser primoroso, passando por diversas etapas e por uma equipe em constante crescimento.
No Sistema GGE de Ensino, são dezenas de profissionais envolvidos diretamente nesse processo de criação dos livros. Nesse número incluímos gestores, professores, autores, diagramadores, ilustradores, consultores, entre muitos outros agentes envolvidos no processo que é cíclico, ou seja, não tem fim. A empresa teve início com a produção do material didático para os alunos do Ensino Médio. A escolha não foi aleatória. “Acreditamos que esse é um aluno com um maior nível de maturidade já bem desenvolvido. É um aluno que passa por um processo de transição entre o Ensino Fundamental 2 e o Ensino Médio e o material didático também tem esse papel transitório, para não haver um choque”, explica o gerente executivo do Sistema GGE de Ensino, Leonardo Siqueira.
A produção do conteúdo dos livros se inicia com uma ampla pesquisa de campo, em que é realizada uma análise do mercado da Educação, identificando pontos-chave, como o que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) exige, qual o perfil do público-alvo, qual o tipo de aluno (nível de maturidade, linguagem, demandas de consumo), entre outros fatores. “Colhemos todas essas informações para depois propormos um planejamento de discussão de conteúdo. Inclusive, levamos esse planejamento para uma equipe de professores para saber se faz sentido o que estamos desenhando, para que alterações, inclusões ou adaptações sejam realizadas já neste momento”, detalha Leonardo.
Com o planejamento validado, a equipe realiza a contratação da autoria. Um fato curioso é que, ao contrário do que muitos pensam, não necessariamente os professores do Colégio GGE são autores do Sistema GGE de Ensino. A escolha toma como base diversos critérios e habilidades. “Buscamos pessoas que tenham o domínio da escrita e que, acima de tudo, que tenham a vivência em sala de aula, porque esses saberão realmente quais são as demandas dos alunos. Prezamos por profissionais que tenham uma dupla competência: saber se expressar e com experiência em material didático. Nós sabemos que no mercado há muitos especialistas em material didático, mas a maioria tem apenas o domínio da linguagem científica, que não é o que queremos”, explica o gerente executivo.
Professor ou autor?
Há 18 anos atuando como professor do GGE das matérias de História, Sociologia e Filosofia, Roberto Lira recebeu como desafio o convite de ser revisor do conteúdo que começava a ser produzido. Um tempo depois, o desafio foi ampliado e o profissional passou a atuar também como autor dos conteúdos de História Geral e do Brasil. “Escrever o material requer um cuidado, uma atenção e dedicação maior. O conteúdo tem que estar compatível não apenas com a grade como também com a linguagem. Então, a redação do material exigiu que eu me preparasse melhor, que buscasse informações sobre o que prevê a BNCC e como é a cognição do aluno em cada fase”.
Segundo o professor, cada fase do ensino tem uma peculiaridade. O conteúdo do Ensino Médio, por exemplo, funciona, basicamente, como uma revisão de tudo o que o aluno aprendeu durante a vida escolar. Já no Ensino Fundamental, os alunos estão construindo o conhecimento, então precisam de outra linguagem. “Neste caso, a linguagem tem que ser lúdica, não pode ser muito formal. É preciso ter cuidado com determinados termos e buscar estar mais próximo da realidade deles, que é aquela associada à tecnologia. A partir do oitavo ano é que, como os alunos estão mais maduros, dá para associar vocabulários mais trabalhados”, relata.
Outra preocupação do autor ao redigir o conteúdo é cobre como o conteúdo será apresentado em sala.
“Tem que ser um material legível, mas que não esgote a aula do professor. Então, precisamos fazer um intercâmbio, desenvolver um material condensado, porém, assertivo. O material didático, além do viés educacional, precisar também ser prazeroso. Até no visual tem de haver essa preocupação, de ser leve e atrativo. Conhecimento não é só conteúdo, precisa também trazer um visual que atraia, que tire somente da leitura e leve a outros mundos, como o audiovisual”, pontua.
Revisão minuciosa
Além dos autores do conteúdo, a equipe conta com os revisores técnicos (que são aqueles profissionais que sugerem os conceitos a serem abordados, a linguagem e os formatos didáticos que funcionam em sala de aula), bem como revisores editoriais (que fazem a revisão sob o aspecto ortográfico, de coesão e coerência, além da análise do projeto editorial, identificando falhas na diagramação ou no projeto gráfico, por exemplo). Como o conteúdo possui uma enorme gama de exercícios, há também o chamado “batedor de gabarito”, aquele que confere todo o gabarito e ainda busca problemas nos enunciados para que não haja questões dúbias.
“Ano a ano o material é atualizado, mas sempre escolhemos disciplinas que não estão funcionando muito bem para serem reescritas. Não funcionar bem significa não ter um bom desempenho nas constantes avaliações que fazemos junto a professores e alunos. Temos uma consultora pedagógica que realiza essa pesquisa qualitativa com os alunos e vai filtrando o que eles têm a dizer. Já houve disciplinas que mantivemos a teoria e descartamos todos os exercícios. Em outras, foi o inverso. Por isso, a nossa avaliação é constante”, ressalta o Coordenador editorial do Sistema GGE de Ensino, Fellipe Torres.
De acordo com o coordenador, os livros são entregues a cada dois meses aos alunos. Como o processo de elaboração e edição é cíclico – seguindo um calendário pré-definido anualmente –, a periodicidade das impressões e da distribuição dá condições de que, mesmo que o conteúdo esteja aprovado, havendo necessidade, os autores possam fazer ajustes. Um exemplo: quando houve o incêndio no Museu Nacional do Brasil, o volume seguinte foi alterado e já foi rodado com duas páginas sobre o assunto. “Estamos sempre observando o que está funcionando e o que precisa ser atualizado. Isso em relação ao conteúdo, às normas que constam na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e também à linguagem”, pontua Torres.
O processo de criação dos textos acontece de maneira casada com o desenvolvimento do projeto gráfico, de ilustração e de inclusão dos conteúdos multimídia. “Para criar a identidade visual dos livros fazemos um grande benchmarking identificando a tendência de mercado e o que os alunos buscam em um material didático. Buscamos itens que facilitem a leitura, a fonte que seja mais agradável, os alinhamentos e o casamento entre texto e itens gráficos”, detalha Leonardo Siqueira. Assim como os textos, anualmente os projetos são avaliados e ajustados.
Conteúdo multimídia
Quase a totalidade dos alunos que hoje cursam a educação básica nasceu no século XXI. Isso significa que estamos lidando com os chamados nativos digitais, ou os que não conseguem imaginar um mundo sem tecnologia. Por isso, é incessante a busca por maneiras relevantes de aplicar a tecnologia às práticas educacionais. A integração da tecnologia com o conteúdo trabalhado nos livros é uma preocupação constante em todo o processo de elaboração do material didático.
Para todas as coleções do material didático do Sistema GGE de Ensino, os autores produzem ou indicam conteúdos extras que podem ajudar no entendimento do assunto dos capítulos. “Pode ser uma música, um vídeo que já está na internet, um filme… Disponibilizamos um QR Code e os alunos podem ter acesso ao material. Agora, assim como os textos, todas as indicações passam por uma curadoria, por uma triagem para que possamos ter a segurança de que o conteúdo de fato será relevante para o aluno”, ressalta Leonardo Siqueira.
Outro recurso oferecido para melhorar a experiência do leitor são vídeos com professores explicando a resolução das questões. É uma forma de o aluno poder ver, de onde estiver, como a questão é feita. “Mesmo em questões de múltipla escolha, nós explicamos porque a alternativa é a certa e o que torna as demais erradas. Ou seja, tudo é explicado de forma didática, dando ao aluno mais uma ferramenta para estudar em casa”, explica Fellipe Torres.
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