“No Brasil, a gripe espanhola chegou a bordo de um navio vindo da Europa, justamente quando não se acreditava que ela chegaria. Enfrentamos um momento similar”, comparou Lilia.
De acordo com ela, naquele tempo, ao todo, foram contabilizados 66 dias de confinamento, entre 15 de outubro e 19 de dezembro de 1918.
A respeito das medidas de saúde pública da época, Lilia nos contou que elas foram muito semelhantes às de agora. “Ruas ficaram vazias, teatros fechados, esportes interrompidos. Não se usava o termo isolamento, mas as medidas eram similares. É preciso dizer que os hospitais ficaram superlotados e, naquele ano, não teve ‘Dia dos Pais’, porque as pessoas não puderam se locomover.”
Um dos maiores impactos na história do Brasil, em especial no que toca à saúde pública, foi a criação do Ministério da Saúde para o país.
“Toda crise fecha uma porta. Em um cenário de pandemia temos mortes, desorganização da economia, isolamento. Mas, por outro lado, a fresta da esperança sempre abre. Em 1918, foi a primeira vez que se imaginou um Ministério da Saúde [no Brasil], o que só se concretizou em 1930. Foi a pandemia espanhola que fez com que autoridades pensassem na importância disso”, destacou.
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