O modelo, que começou a ser disponibilizado nos livros deste ano letivo, foi pensado durante um ano por uma equipe de profissionais do Sistema GGE de Ensino, que inclui, além dos autores, psicólogos e pedagogos. E para dar mais segurança aos professores, já que se trata de uma nova metodologia de ensino, o material foi apresentado, no início do ano letivo, por uma consultora pedagógica, que tirou todas as dúvidas sobre a abordagem do conteúdo. “Todo início de ano nós realizamos treinamentos nas escolas parceiras, e, neste ano, tivemos uma parte desse encontro dedicada ao Fora da Caixa”, diz a consultora pedagógica do Sistema GGE do Ensino, Danyelle Oliveira.
Para que os docentes despertassem para a importância e a riqueza da ferramenta, Danyelle levou para o encontro duas fichas com textos do projeto, um sobre racismo e outro sobre liberdade de expressão.
“Assim, dividi os professores em dois grandes grupos e pedi que, com base no material, eles desenvolvessem um plano de ação para ser utilizado em sala de aula. O resultado foi o envolvimento total e o planejamento de excelentes atividades a serem desenvolvidas com os alunos”, contou.
Para Natalia Oliveira, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental 2 e Médio do Colégio Ágape, em Goiana, o treinamento foi um momento importante, já que, no começo do ano letivo, havia uma grande preocupação com relação à adaptação ao conteúdo.
“Existia o medo de não conseguir encontrar tempo para fazer tudo. Após o treinamento, os professores identificaram que o momento era necessário Com o início das aulas, percebemos que os alunos se envolvem com a proposta devido à abordagem diferenciada”, diz.
De fato, com o ano letivo em curso e as experiências já acontecendo, os professores começam a se identificar com os temas e com o projeto. No Colégio ISO, em João Pessoa, na Paraíba, o Fora da Caixa se tornou um espaço de debates e troca de experiências.
“Mesmo nas aulas à distância, a dinâmica tem funcionado. Os alunos conseguem se expressar e abordar os temas de forma leve. Abre espaço, inclusive, para uma discussão que, às vezes, nós, enquanto educadores, não temos a noção de que é possível. É uma ferramenta que oportuniza os alunos a falarem de temas que outrora eles não teriam oportunidade”, enfatiza a coordenadora da escola, Inalda Pontes.
Como exemplo, Inalda cita uma forte discussão dentro do Fora da Caixa sobre o racismo. “A experiência aconteceu já no formato online, mas eles participaram ativamente, e o professor, inclusive, agendou uma segunda dinâmica”, relata. Segundo ela, trabalhando um pouco a questão dos sentimentos durante o período de isolamento social, os professores da unidade também se uniram e iniciaram o projeto “Caixa das emoções”, onde cada um explica algo que lhe vem à memória e que lhe passa esperança no futuro. “É um trabalho casado entre algumas disciplinas e que pode trabalhar, por exemplo, as memórias afetivas”.
Para o Diocesano de Belo Jardim, o Fora da Caixa serviu de inspiração, inclusive, para uma dinâmica em uma reunião com pais. “Fomos apresentar o material no primeiro encontro da família e saímos do tradicional, justamente para apresentar o Fora da Caixa. Os pais ficaram encantados e tivemos a prova de que o material consegue, de fato, envolver a todos”, relatou Erlan Max, coordenador do Ensino Fundamental 2 e Médio da escola. Segundo ele, os professores abraçaram a causa e passaram, inclusive, a criar conteúdos integrados. “Eles estão fazendo o planejamento estratégico para o Fora da Caixa, ou seja, eles juntam os assuntos das disciplinas e veem uma forma de fazer o fechamento do capítulo de forma única. Isso tem sido um diferencial enorme para os alunos, principalmente neste momento à distância, em que eles precisam de interação e de se sentir acolhidos”, conta.
No Colégio Santa Emília, em Olinda, os professores relatam que o projeto trouxe um forte ganho para as dinâmicas em sala de aula.
“Apenas o fato de apresentar um problema e buscar soluções já traz um forte ganho para a argumentação. É uma dinâmica que funciona mesmo no modelo à distância. Então, os professores e alunos estão criando e implantando essas dinâmicas. São momentos que estão sendo bastante proveitosos. Sabemos que, quando o presencial voltar, será ainda melhor”, comenta a coordenadora pedagógica dos 8º e 9º anos do Colégio Santa Emília, Ericka Ângelo.
De acordo com o gerente-executivo do Sistema GGE de Ensino, Leonardo Siqueira, a ideia do Fora da Caixa foi, justamente, tornar o conhecimento aplicável.
“Os sentimentos existem e o aluno tem que reconhecer o que ele próprio e o que o outro está sentindo, que existem opiniões diferentes e precisam ser respeitadas. Além disso, muitas das propostas são para serem trabalhadas em casa, junto com a família, já que a BNCC também diz que o envolvimento da família nas atividades é essencial”, pontua Leonardo.
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