A pandemia do coronavírus e todo o impacto provocado no processo pedagógico, se mostrou um fator determinante para a reinvenção do modelo educacional exercido pelas escolas em todo o país. Na busca por um novo processo de aprendizado, que atenda às necessidades educacionais, a utilização de ferramentas tecnológicas e conteúdos multimídias a partir da metodologia de Ensino Híbrido desponta como um importante aliado de docentes, pais e alunos. Tendência mundial para a Educação, este modelo de ensino visa desenvolver o aprendizado de forma contínua, possibilitando que o aluno dê continuidade em casa ao que aprendeu presencialmente.
O Sistema Híbrido de Ensino surge como uma possibilidade de viabilizar o retorno para o ambiente escolar, possibilitando o convívio social e uma dinâmica de aprendizado multiplataforma, seguindo todos os protocolos de segurança desenvolvidos pelos colégios, uma vez que a exigência pelo distanciamento social continua. A gerente pedagógica do GGE, Anabelle Veloso, afirma que esta modalidade proporciona ferramentas para desenvolver em casa, o aprendizado que foi iniciado presencialmente. A ideia é aplicar este regime para possibilitar o retorno gradual às atividades escolares presenciais.
“Com a saída de um completo presencial para um completo online, o retorno não pode ser feito da mesma forma. É preciso haver uma graduação neste contato, garantindo a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos. Até porque o distanciamento ainda é necessário”, reforça Anabelle. “Em sala de aula, os alunos vão precisar estar a um metro e meio de distância do outro. Para possibilitar que esse distanciamento seja executado de forma correta, a proposta é que uma parte dos alunos participe do regime presencial, usufruindo da interação em sala de aula, enquanto outra esteja no ambiente virtual. Ocorrendo, ainda, um revezamento entre esses grupos”, explica.
Visando realizar o retorno dos alunos à sala de aula, o Colégio GGE elaborou um Plano de Retomada das Atividades Presenciais que contempla desde dados sobre o contexto histórico da pandemia até detalhes técnicos do protocolo elaborado, com orientações para todos os membros da comunidade educacional. Para isso, foi montada uma equipe de profissionais de diversas áreas, entre gestores, docentes, pedagogos e consultores externos especializados em protocolos e riscos.
“Recriamos todos os protocolos de utilização do espaço físico, desde o acesso aos ambientes comuns até à sala de aula, incluindo uma nova dinâmica para os intervalos e procedimentos para o uso correto e a higienização do material escolar”, conta a gerente pedagógica.
Outra medida prevista para o retorno presencial é a aplicação do Plano de Resgate Pedagógico, que objetiva avaliar como o conhecimento foi construído durante o período de atividades remotas e compreender o que precisa ser reforçado, de modo a garantir que o estudante tenha obtido o conhecimento previsto para o período de distanciamento.
“Nós temos uma realidade de cinco meses em que os alunos estão em casa, distantes da sala de aula. É preciso entender e acompanhar o produto do trabalho que foi realizado online para ter a plena garantia que o aluno aprendeu o conteúdo passado pelo professor e poder aparar as possíveis arestas que tenham ficado”, afirma.
No GGE, o regime híbrido retomará com 50% da capacidade de alunos para o colégio de cada vez, contando com a assistência das aulas remotas para complementar a dinâmica pedagógica. A utilização do ensino remoto continuará até o final do ano e aqueles pais que desejarem, poderão optar por permanecer integralmente nesta modalidade.
Medidas de segurança
Diante da nova realidade, com a necessidade de adequação de ambientes e formulação de novas regras para a execução do modelo de educação híbrida, foram montados comitês em todas as unidades do GGE para garantir o cumprimento dos protocolos. Além da realização de treinamentos com todos os profissionais, os professores receberão formação específica com uma equipe de infectologistas. “Nos baseamos na experiência de outros países e estamos fazendo tudo com muita cautela e respaldo. Desde o início entendemos que a execução da aprendizagem híbrida era uma definição que não dependia somente do pedagógico, por isso contratamos uma consultoria especializada para acompanhar todo o procedimento”, explica a gerente Pedagógica.
Consultora especialista em processos e risco, Angela Lima acompanhou de perto a elaboração do Plano de Retomada, avaliando as necessidades de adequação para cada situação. “Utilizamos uma metodologia internacional que regulamenta as diretrizes para gestão de risco, desde a identificação e a análise até as medidas apropriadas de controle para cada caso”, conta.
Uma das medidas importantes, segundo Angela, foi a mudança de todo o layout do espaço físico da escola, estabelecendo uma nova configuração de sala de aula, com distanciamento entre os alunos e delimitação da área de atuação do professor, além da interdição de equipamentos de toque frequente. Para receber os alunos no ambiente presencial, todo o plano de higienização escolar foi alterado, com a adoção de produtos de categoria hospitalar com comprovação científica. Superfícies de toque frequente como puxadores de porta, corrimões, interruptores, maçanetas, mesas e banheiros passam a ter atenção redobrada. Além disso, os momentos de entrada e saída e os intervalos também foram reestruturados, passando a haver escalonamento entre as turmas, de forma a evitar aglomerações. O buffet da cantina foi desativado e a alimentação dos alunos passará a ser realizada através de kits individuais.
“Todas essas mudanças estruturais foram realizadas com muita conversa com o time pedagógico, para entender as necessidades em sala, fora dela e também durante as atividades de apoio e recreativas. Realizamos um mapeamento completo e elaboramos um plano de medidas de adequação, tanto de estrutura, quanto de práticas”, explica Angela.
A consultora, que também é mãe de aluno, destaca a importância da participação dos pais nessa adequação: “Na escola, esse aluno vai estar sendo assistido, mas é essencial haver um trabalho de parceria com as famílias, de forma que ele utilize as mesmas medidas em casa”. Nesse sentido, o GGE elaborou informativos sobre as ações e condutas que o aluno deve que ter em casa – como a higienização pessoal, da máscara e do material escolar – no sentido de educar e orientar, garantindo a segurança familiar no Ensino Híbrido. Além dos informativos, estão previstas lives direcionadas para os pais dos alunos, em que uma equipe de médicos infectologistas irá repassar as orientações mais importantes.
“Foi um trabalho em conjunto com diversos profissionais envolvidos, estruturado de maneira científica com uma metodologia muito objetiva. Tudo foi analisado com muita responsabilidade e profissionalmente bem conduzido. O fator chave, agora, é a conscientização dos alunos de que todas essas medidas são importantes para a proteção”, afirma Angela Lima.
A tecnologia a serviço do conhecimento
No contexto do Ensino Híbrido, a tecnologia se torna uma importante aliada para a continuidade da dinâmica de sala de aula no ambiente remoto. Segundo o gerente Editorial do Sistema GGE de Ensino, Fellipe Torres, o uso de ferramentas digitais integradas ao material didático possibilita um diálogo mais próximo com os estudantes, de modo a instigar esse corpo discente a sair da posição de somente receptor do conhecimento para se tornar protagonista do processo de ensino.
Nos materiais de Linguagem, sobretudo em Português e Produção Textual, no Ensino Fundamental Anos Finais (antigo Fundamental II), os alunos irão se deparar, por exemplo, com um recurso chamado Atividade Conectada, um convite para produzirem, na prática, gêneros textuais que possuem um apelo muito grande para a produção oral.
“São vídeos com professores propondo atividades – às vezes um debate regrado, às vezes um spot publicitário – em que os alunos podem ver como aquela produção se traduz no cotidiano. Eles próprios são estimulados a colocar a mão na massa e interagir para aprender sobre o assunto colocando-o em prática”, conta Fellipe.
O gerente-executivo do Sistema GGE de Ensino, Leonardo Siqueira, destaca o pioneirismo dos materiais do sistema no uso de tecnologias para amplificar o processo de aprendizagem, atuando em três frentes: o livro, as ferramentas de gestão pedagógica e o apoio aos docentes. Uma dessas ferramentas é o Exame de Verificação de Aprendizagem (EVA), desenvolvido para garantir que as notas dos alunos nas avaliações sejam um reflexo real do conhecimento adquirido por eles acerca do conteúdo programado para a cada disciplina.
“O Conselho Nacional de Educação (CNE) exige que as escolas desenvolvam projetos para direcionar alguma deficiência que exista no processo de aprendizagem. Nesse sentido, o EVA traz muito mais do que uma nota. O exame realiza uma análise do que se perdeu na aprendizagem e apresenta um diagnóstico para a escola, possibilitando que, a partir dessa ferramenta, ela possa criar estratégias para retomar os conteúdos perdidos“, explica o gerente-executivo.
Fellipe Torres afirma ainda que novos conteúdos estão sendo produzidos para a coleção Mundus, integrando uma dinâmica que surge com implementação da BNCC do Ensino Médio, a partir de 2021.
“Reafirmamos a postura que o Sistema adota no Ensino Fundamental Anos Finais, utilizando toda a experiência adquirida na construção da coleção Basis, e vamos um pouco além. Essa nova roupagem da coleção Mundus vai trazer ainda mais a tecnologia como ferramenta a serviço do ensino”, adianta.
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