As atribuições do dia a dia, com agendas superatribuladas e apertadas, fazem com que muitos pais e responsáveis passem a deixar de lado o acompanhamento da criança na escola. Acontece que investir na educação dos filhos não é simplesmente pagar uma boa escola ou cobrar boas notas. O acompanhamento e entendimento da metodologia de ensino, da evolução e do comportamento da criança são fundamentais.
As escolas sabem dessa importância e de que acompanhar o crescimento educacional dos filhos aumenta as habilidades sociais e diminui a chance de problemas comportamentais. Estudos atestam que quanto maior o envolvimento dos pais nas experiências escolares das crianças, melhor o amadurecimento e o desenvolvimento do aprendizado. Em outras palavras, pais presentes são sinônimo de segurança para as crianças e a certeza de que o conhecimento está sendo absorvido da melhor forma.
Por isso, as escolas estão em busca dessa aproximação e investem em novas tecnologias como aliadas nesse processo de aproximação. Agenda eletrônica, encontros, divulgação de material complementar… São apenas alguns exemplos do que está sendo disponibilizado para atrair pais, alunos e docentes. Quer entender um pouco mais? Todos esses detalhes das ações que podem ser realizadas pelas escolas para atrair os pais estão neste artigo. Boa leitura!
TÉCNICAS DE ENGAJAMENTO
Família engajada no entendimento do ambiente escolar tem influência direta nos desempenho das crianças. Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado em 2016, mostra que a maior participação dos pais resulta em melhores notas e tem também impactos positivos na melhoria do clima escolar e redução da indisciplina. Outro estudo, dessa vez realizado pelo Centro Nacional para Conexão entre Famílias, Comunidades e Escolas, mostra que os impactos são positivos independentemente da origem social dos estudantes.
Os dois estudos comprovam que o interesse dos pais pelas atividades escolares mantém o entusiasmo da criança pelos estudos, da mesma forma que a falta de interesse dos pais e responsáveis pelos estudos dos filhos contribui para o desinteresse da criança pela vida escolar. É por isso que, nas últimas décadas, os pais passaram a ser considerados estratégicos, inclusive para políticas públicas de educação em diversos governos. Nos Estados Unidos, a participação das famílias chegou a ser acompanhada por uma secretaria exclusiva, que planeja como envolver os pais na escola para ajudar a diminuir as diferenças de aprendizado entre os mais ricos e os mais pobres.
De acordo com a pesquisadora Elena Lopes, em artigo publicado em 2016, no site Harvard Family Research Project (Centro de Pesquisas sobre Famílias de Harvard), é preciso, antes de tudo, gerar empatia entre pais e os atores da escola. “Uma abordagem centrada no ser humano começa com empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro e imaginar o que aquela pessoa sente e vivencia. Desenvolver essa atitude é uma maneira de trocar um modelo baseado apenas no que os educadores pensam que as famílias querem e precisam por uma abordagem que considere aquilo que as famílias efetivamente desejam e valorizam”, explica a pesquisadora.
Essa tem sido a tarefa diária das escolas: gerar conteúdo de atração e envolvimento dos pais no ambiente escolar. As reuniões escolares no formato tradicional caíram um pouco em desuso, pois a geração de pais necessita de algo mais prático, mais interativo, que disponha de um produto perceptível e útil ao acompanhamento das famílias. Incluir as famílias nos projetos escolares, possibilitando uma coparticipação das figuras parentais tem sido uma estratégia muito bem-sucedida das escolas, que, dessa forma, fazem com que os pais percebam a finalidade do projeto, ajudem no engajamento dos filhos na temática explorada, além de trazer a família para dentro da escola.
Para atrair os pais para participarem da rotina das crianças algumas medidas podem ser tomadas. Listamos a seguir algumas dicas.
1) Oferecer ferramentas de engajamento
No Brasil, o Todos Pela Educação realizou um estudo com família de estudantes de escolas públicas do país e identificou as atitudes comuns às famílias de crianças e jovens que se destacam na escola. As atitudes são:
Esse mapeamento já dá uma ampla noção de que estar presente na vida escolar não significa estar dentro da escola diariamente. Na prática, o essencial é a presença dos pais no dia a dia. A participação familiar na vida escolar da criança contribui, entre outros pontos, para o desenvolvimento de um maior autocontrole da criança e para a manifestação de um comportamento cooperativo. A abertura ao diálogo e o entendimento do que está sendo realizado no ambiente escolar são características de lares presentes, que encorajam, estimulam a curiosidade e a experimentação. Em outras palavras, crianças estimuladas estão mais propensas a buscar novas experiências e a dialogar.
Para as escolas, uma estratégia é oferecer um espaço onde os pais possam se sentir parte da rotina das crianças, com informações sobre atividades, reações e com propostas que podem ser trabalhadas em casa. Nesse sentido, o Sistema GGE de Ensino oferece um portal acadêmico para pais e alunos, com diversas ferramentas que, juntas, dão uma visão do desenvolvimento do aluno no âmbito escolar. A ferramenta apresenta toda a rotina escolar, indo além da disponibilidade das notas e do desempenho em sala de aula.
Acessando o aplicativo, os pais ou responsáveis podem acompanhar a agenda diária dos estudantes, que traz o desempenho de seus filhos, além de possibilitar a visualização do percentual do conteúdo ministrado pelo professor em cada uma das disciplinas. Além disso, é possível, ainda, acompanhar o histórico disciplinar dos alunos ao longo do ano, assim como os registros de ocorrências pedagógicas diárias, com elogios por participação nas aulas e também orientações e atendimentos prestados ao aluno.
Outro item disponibilizado no portal é o boletim gráfico, que possibilita a consulta e o acompanhamento das avaliações em todas as disciplinas durante o ano letivo. Esse recurso também permite aos pais e alunos o acesso a cálculos automáticos de notas mínimas necessárias em possíveis casos de recuperação.
Além disso, existe o Acompanhamento Formativo do Aluno (AFA), que permite a visualização do histórico disciplinar da criança no decorrer do ano letivo. Nele, estão discriminadas todas as ocorrências de ordem pedagógica e disciplinar do aluno, as ações de orientação psicopedagógicas e os atendimentos prestados ao aluno e à família. Com base nesses registros, os coordenadores e professores discutem ações de orientação pedagógica e disciplinar, as quais podem ser monitoradas tanto pela equipe da escola quanto pela família.
Na Educação Infantil, a agenda eletrônica é ainda mais lúdica, trazendo fotos e vídeos do dia a dia dos pequenos. O material é atualizado diariamente com informações pedagógicas, relatando o que foi ensinado no dia a dia, se houve aula extra, conteúdo da tarefa de casa, assim como os dados relacionados aos cuidados pessoais. A opção também oferece um espaço de comunicação voltado para os pais, em que as mensagens deixadas pelos responsáveis são enviadas diretamente para a coordenação.
2) Disponibilização de conteúdos
Muitos pais sentem a necessidade de buscar informações sobre como agir em determinado momento, ou sobre qual a melhor atividade a ser desenvolvida em cada etapa da vida da criança. São questionamentos frequentes e que muitas vezes podem ser respondidas de formas simples, como, por exemplo, com a produção de vídeos, conteúdo multimídia ou de informativos de fácil acesso pelos pais.
É essa a estratégia utilizada pelo Colégio GGE. Periodicamente, a equipe de coordenação produz vídeos e cartilhas com orientações a respeito de temáticas pertinentes a cada faixa etária. Um exemplo são as chamadas Pílulas para Educação Infantil, que já trataram de temas como consciência fonológica, sugestões de atividades que estimulem a motricidade das crianças e brincadeiras que estimulam o desenvolvimento infantil. Confira, a seguir, um exemplo da série de vídeos:
3) Ensinar os pais sobre a importância do acompanhamento
Estar distante do acompanhamento escolar gera, principalmente, filhos inseguros, e a insegurança é, sem dúvidas, o grande freio para o processo de aprendizagem. “Caminhar sozinho por um local novo geral insegurança, gera dúvidas a respeito do que fazer. Ter o apoio de seus referenciais, daqueles que lhe deram a vida, torna o percurso mais seguro. Com segurança, não há medo de tentar; isso porque, se errar, há quem ajude, há quem mostre o erro, há quem apoie na nova tentativa”, afirma a gestora pedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 do Colégio GGE, Anabelle Veloso.
Na Educação Infantil, pais e responsáveis ainda entendem as crianças como muito pequenas, então sentem a necessidade de estarem mais presentes na vida delas. No Ensino Fundamental, que inclui as fases de infância e adolescência, a participação é essencial, mas se divide com a autonomia, que precisa ser estimulada nas crianças e nos adolescentes. No Ensino Médio, fase da adolescência, o apoio e a participação cumprem papel essencial para a segurança e para a condução das melhores decisões nessa fase que inclui a escolha profissional.
“Entender as características de cada etapa dos filhos permitirá aos pais atuar de forma específica, oferecendo apoio e confiança diante de algum conflito, dificuldade, insegurança ou qualquer outra adversidade enfrentada durante a vida escolar. É importante salientar que tudo isso só poderá ser percebido pelos pais se houver uma presença ativa e participação na vida do filho. Nesse sentido, a escola configura-se como uma excelente porta de acesso a essa ‘vida social’ das crianças e adolescentes, pois é lá que estão os amigos, que são implantadas as regras mais recorrentes, que os conflitos são criados e solucionados e lá estão também os profissionais da confiança das famílias, que poderão ajudar e orientar diante da dúvidas e incertezas”, ressalta Anabelle Veloso.
Em toda as fases da criança, são dados sinais de que há necessidade de acompanhamento. Os alertas podem vir por meio da queda no rendimento escolar, de problemas com comportamento, com relacionamento… Por isso, todos os aspectos precisam serem levados em consideração, evitando novos problemas. “O desenvolvimento é um processo biopsicossocial. Em algumas instâncias, natural, em outras com necessidade de intervenção. O acompanhamento mune os pais de informações essenciais para entender a hora de intervir e a hora de deixar se desenvolver. A presença da família nesse momento precisa servir como alerta e pausa para reflexão, pois mais importante do que aconteceu é, sem dúvidas, a reflexão sobre porque aconteceu”, pontua a gestora.
Entre as estratégias de aproximação que podem ser adotadas pelas escolas está o Programa de Formação de Pais Presentes. O objetivo dos encontros é apresentar e discutir as propostas e ferramentas utilizadas para que estas ajudem os pais a impulsionar o aprendizado escolar dos filhos. O objetivo principal é demonstrar aos responsáveis que a participação familiar não precisa ficar restrita ao modelo tradicional e que deve ir além de reuniões entre pais e professores, desenvolvendo-se de maneira ativa e constante, através, por exemplo, dos aplicativos e do suporte digital que o Sistema GGE de Ensino oferece.
Os encontros são uma oportunidade de atualização tecnológica, que fará com que eles estejam mais familiarizados com as possibilidades que o meio digital dispõe, que vão desde o encurtamento de distâncias e do rompimento de barreiras geográficas até ao acesso de conteúdos educacionais, pedagógicos e informativos que são vivenciados pelos estudantes.
4) Realização de encontros presenciais
Neste caso, a proposta é promover encontros entre pais e responsáveis com a equipe pedagógica e o corpo docente para discutir o desenvolvimento escolar dos alunos. A periodicidade desses encontros deve ser discutida de acordo com a necessidade pedagógica que está sendo apresentada. No Colégio GGE, a iniciativa é conhecida como Plantão Pedagógico, e acontece durante a segunda avaliação (AV2), com o atendimento realizado de forma individualizada, dando a oportunidade de se analisar o comportamento e o rendimento escolar de cada aluno, oferecendo análises feitas pelos professores e pela equipe pedagógica, bem como ouvindo o ponto de vista dos pais. Durante esses encontros, são traçados planos de ações para melhoria do rendimento escolar ao longo do ano, além de reforçadas as ferramentas de acompanhamentos disponibilizadas para os pais.
Além disso, com o objetivo de oferecer um momento de reflexão para os pais e responsáveis, o GGE promove os Encontros com Especialistas, para que se discuta um tema pertinente ao desenvolvimento escolar do aluno e a formação da criança e do adolescente. Nos últimos anos, os momentos trataram de temas como alimentação saudável e transtornos alimentares, ansiedade na adolescência, diálogo familiar e a relação entre pais e filhos. Confira, a seguir, o Encontro com Especialistas sobre Crimes Cibernéticos:
CONCLUSÃO
Muitos pais e responsáveis acreditam que a infância é a fase mais importante no acompanhamento escolar. Porém, na verdade, todas as fases são importantes e a presença é essencial; na verdade, é o grande diferencial para o sucesso acadêmico das crianças e adolescentes. Para as escolas, o desafio é justamente atrair os pais e torná-los parte importante do desenvolvimento do aprendizado dos alunos. As ferramentas evoluem a cada dia e estar atento às necessidades de pais e alunos é fundamental. Conversar, debater, interagir e integrar se tornam palavras-chave. O bom desenvolvimento do aprendizado é uma consequência da integração entre pais e escolas.
Pais e escola devem formar uma equipe que trabalhe com base na colaboração e compartilhamento. Se, por um lado, a escola sozinha não é suficiente para garantir um bom rendimento escolar, por outro, os pais sozinhos também não conseguem oferecer educação integral. Juntos, apenas, poderão contribuir para o desenvolvimento e desempenho das crianças.
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