A retomada das aulas presenciais é mais um momento desafiador para o setor de educação. Além da implantação do sistema híbrido, com aulas presenciais e à distância, as escolas precisam garantir o cumprimento dos protocolos de segurança e trabalhar na diagnose das dificuldades de aprendizagem dos alunos durante o período de aulas remotas para planejar ações de resgate pedagógico. São estratégias que precisam ser realizadas em paralelo e com o envolvimento de todos que fazem parte da comunidade escolar. Porém, é importante ressaltar que passamos por um momento delicado, onde sentimos nossa saúde física ameaçada e precisamos aderir ao isolamento social, onde muitos anseios, medos e temores passaram a nos acompanhar. É por isso que, neste processo de retomada das aulas presenciais também é preciso investir no cuidado emocional, tanto dos alunos como dos profissionais de educação.

Cada um conviveu com a doença de maneira muito particular e carrega consigo seus medos e aflições com a retomada. Então, apresentar um protocolo fundamentado, com equipe consistente mostrando que sabe o que está fazendo, é um papel social que a escola precisa promover”, pontua a gestora pedagógica do Colégio GGE, Anabelle Veloso. Por isso, de acordo com a gestora, neste processo de retomada das aulas presenciais, é preciso ter um forte trabalho de comunicação, orientação e fiscalização.

Muitos pais ainda se sentem inseguros e questionam como será o protocolo de atuação, por exemplo, caso algum aluno ou funcionário teste positivo. O que precisamos deixar claro é que, havendo algum caso, a escola não irá fechar novamente. É importante ter grupos de controle. Isso significa que, havendo algum caso, será possível monitorar um pequeno grupo de convivência do aluno, talvez a turma específica. Mas isso não significa suspender novamente as atividades de toda a unidade. O protocolo do GGE estabelece o mínimo de convivência entre os alunos, então, por isso, o isolamento necessário caso aconteçam casos positivos tende a ser mínimo”, explica.

Além deste acompanhamento no cumprimento dos protocolos de segurança, a escola precisa também buscar o resgate das dificuldades de aprendizagem que surgiram durante o momento de aulas remotas. Conforme Resolução nº 5 do Conselho Nacional de Educação (CNE), “Sugere-se […] desenvolvam instrumentos avaliativos que podem subsidiar o trabalho das escolas e dos professores, tanto no período de realização de atividades pedagógicas não presenciais como no retorno às aulas presenciais…”, sendo assim, a maior preocupação da escola, com a retomada, deve ser com a qualidade do aprendizado dos alunos, deixando a quantificação e os comparativos de desempenhos em papel coadjuvante.

Por isso, diante do retorno, a comunicação com o professor será essencial, sobretudo, no levantamento dos conteúdos mais relevantes para serem resgatados com os alunos, sejam aqueles que não foram trabalhados na modalidade remota ou mesmo os que foram vistos, mas que precisam ser revistos presencialmente porque requerem outra abordagem. Para isso, as avaliações diagnósticas serão grande fonte de informação e orientação e servirão como guia para condução desse trabalho pedagógico. Diante de tais sinalizações, a coordenação pedagógica terá liberdade para combinar com o professor a criação de momentos específicos para retomadas de conteúdos, propostas de exercícios de revisão ou outras estratégias que julgarem pertinentes.

O acompanhamento da Coordenação Formativa, nesse período, será muito importante e agregador para o favorecimento da desenvoltura pedagógica dos alunos, pois além do olhar sobre o cuidado com as habituais regras de convivência no ambiente escolar, o coordenador formativo agregará o olhar a respeito do cumprimento de todas as novas regras de convivência do “novo normal” das escolas e, por isso, ficará responsável por controlar o número de alunos no ambiente escolar, inibindo a formação de aglomerações, trabalhando a conscientização da necessidade de higienização constante das mãos, reforçando sobre o uso da máscara e lembrando sobre a necessidade de troca ao longo do dia. Ou seja, a coordenação formativa terá a responsabilidade de estar alerta para todos esses cuidados que se tornaram essenciais à convivência em coletividade e que prezam pela saúde de cada um dos alunos.

Além de apresentar um protocolo fundamentado, é preciso controlar a efetividade dos procedimentos de segurança para que regras não fiquem na teoria. É preciso que a escola mostre um plano de execução de todos os protocolos. No GGE, todos os gestores das unidades de ensino são chefes integrantes de comitê de retomada, que é a base de comunicação e de conhecimento a respeito dos protocolos sanitários estabelecidos”, explica Anabelle Veloso.

Segundo a gestora, essa equipe, além do conhecimento dos protocolos, precisa garantir que todas as medidas sejam aplicadas no dia a dia.

A função dos membros do comitê de retomada é fazer com que o protocolo esteja presente para que haja a segurança no retorno e que todos tenham a certeza que, diante de qualquer caso de infecção, não haverá o compartilhamento para outras pessoas porque se manteve o distanciamento social, o uso de máscara e a higiene adequada das mãos, que é o tripé básico do combate à disseminação do vírus. Então, os gestores tem o papel de multiplicar ações e acompanhar de perto para que os protocolos sejam rigorosamente aplicados”, pontua.

Nesse sentindo, é importante lembrar que todas essas estratégias dependerão de um grande sentimento de coletividade e empatia, desenvolvido pela colaboração dos alunos e pais, que deverão se engajar no respeito às novas normas de funcionamento do colégio. Durante o desenvolvimento desse acompanhamento, naturalmente, as equipes formativas estarão atentas ao olhar individualizado, buscando compreender as realidades individuais de cada aluno e, sempre que possível, abrir um espaço para escuta e para o processo de conscientização.

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