A proposta é proporcionar um momento de relaxamento, de meditação e de autoavaliação para que o corpo docente e a equipe pedagógica das escolas possam cuidar de sua saúde emocional.
“É um momento novo para todos e muitos não entenderam isso ainda. A maior parte dos professores encara a sala de aula com facilidade, mas quando chega à frente da câmera, gagueja. Então, começamos a mostrar que toda crise traz aprendizado e que juntos todos podem crescer”, conta o professor e treinador comportamental, Hudson Ribeiro, responsável pelo desenvolvimento do conteúdo e condução das palestras, que têm duração de duas horas.
O projeto teve início logo nos primeiros meses de 2020 de forma presencial e com o objetivo de mostrar como a inteligência emocional pode e precisa ser trabalhada em sala de aula. Porém, com o isolamento imposto pelo combate ao coronavírus, o projeto foi remodelado e, agora, está sendo realizado de forma remota e com uma nova abordagem. “Se antes o foco estava na abordagem em sala de aula e na importância do tema para os alunos, agora o acolhimento é para os profissionais que estão na linha de frente da educação. Todos precisam estar de mãos dadas para sobreviver. É um momento de relaxamento utilizando técnicas de mindfulness e, quando todos estão desacelerados e conectados, iniciamos o treinamento”, detalha Hudson.
Em uma das etapas da dinâmica, o especialista pede que o profissional convide alguém que esteja com ele em casa para participar, formando duplas. “É um momento onde eles podem expor alguma angústia, algum ressentimento e ficarão mais leves por ter com quem compartilhar aquilo”, pontua. Durante todo o processo Hudson Ribeiro explica a importância de colocar para fora os sentimentos, as emoções e os problemas. “Todos estão precisando de um momento assim. Notamos que nem é preciso insistir muito para que eles falem. Ao abrir o microfone, dando a chance para eles falarem, todos já colocam para fora o que estava engasgado”, relata.
“O treinamento nos mostrou ainda o quanto é importante termos ações motivacionais com foco nos profissionais de educação. Muitos estão sensíveis e este foi um momento para refletirem sobre tudo o que vêm enfrentando, tanto na vida profissional como na pessoal”, conta a coordenadora pedagógica do Colégio Ágape de Goiana, Natalia Oliveira.
Esta também é o sentimento da coordenadora da Escola Internacional de Carpina, Michele Behar.
“Foi um momento de acolhimento e de diminuição do stress. Os professores conseguiram se expressar e se sentiram abraçados. O objetivo foi alcançado”, ressalta.
Para o gestor do Colégio e Curso João Paulo I, no Ibura, João Paulo Nascimento, a palestra foi providencial.
“A escola por vezes foca no pedagógico, no científico e esquece do emocional. O treinamento trouxe um ar de meditação e de autoavaliação importante para o atual momento. Os professores foram colocados no lugar dos alunos porque, muitas vezes, o aluno só tem o momento das aulas para socializar, então, é o professor que precisa dar esse apoio diário e, se ele está emocionalmente abalado, não conseguirá”, ressalta.
Compartilhando da mesma opinião, a gestora do Colégio de Aplicação Univisa, de Vitória de Santo Antão, Tatiane Batista, acrescenta que este foi um momento de extravasar as emoções.
“Mesmo de forma remota, todos conseguiram interagir. Desde março, os professores estão bastante angustiados e acelerados porque ninguém foi preparado para o sistema online. Foi uma medida imposta e todos precisaram se adaptar para fazer dar certo. Então, a palestra veio para somar. É uma experiência que eles podem também levar para a sala de aula porque eles conseguem entrar mais leve e introduzir o conteúdo nas abordagens diárias com os alunos”, diz.
Vale lembrar que as novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) listam dez competências que contribuem para o aprendizado e aspectos específicos que o estudante deve desenvolver em cada uma delas. Com isso, o emocional, o desenvolvimento e o estímulo passam a ter protagonismo no ensino. Nesse sentido, o Sistema GGE de Ensino inovou e inseriu em seu material didático a seção Fora da Caixa, criada para trabalhar as habilidades socioemocional dos alunos de forma lúdica.
Na seção Fora da Caixa, disponível em todas as disciplinas da Coleção Basis (Ensino Fundamental – anos finais), a proposta é disponibilizar conteúdos, atividades e materiais de apoio que trabalhem o eixo socioemocional e de cidadania. Entre as propostas a serem trabalhadas em sala de aula (seja ela virtual ou presencial), estão debates, trabalhos em grupo, sugestões de leituras, disponibilização de conteúdos extras, vídeos e outras propostas, sempre relacionando o conteúdo didático com fatos cotidianos.
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