As escolas têm papel fundamental nesta preparação final para as provas e, além das revisões de conteúdo, devem preparar atividades que cuidem também da inteligência emocional dos vestibulandos. De acordo com o professor e co-fundador do Centro de Estudos Felicidade, Diogo Lôbo, não apenas neste momento, mas, em toda a vida escolar, a maioria dos jovens só quer ser ouvido.
“A base dos estudos da felicidade é o florescimento humano e isso é feito quando cada um atua na sua máxima potência, ou seja, quando conhece suas forças e fraquezas. Quando se escuta o aluno, se identifica as dores dele. Se o jovem aprende a escutar, ele já vai trabalhar muito o seu emocional. Isso porque se ele escuta o outro, ele escutará mais a si mesmo e, por consequência, terá um desempenho melhor em sua vida”, afirma.
Segundo o especialista, a escola precisa engajar o jovem tanto para os processos seletivos que estão chegando, como para os que ainda estão por vir.
“Isso será feito quando ele se reconhecer. A escola pode ser o canal para que cada aluno siga sua trilha. O ambiente escolar tem que ser um canal encorajador para que o aluno possa se encontrar. Tem que ir aos poucos fazendo a transição e buscando a melhor forma de se comunicar”, explica.
Meditações, técnicas de respiração e terapias que livrem o medo são algumas das ferramentas que podem ser indicadas e utilizadas pelos estudantes com o objetivo de se conhecerem melhor e, ainda, de minimizar a ansiedade.
Segundo o gestor de projetos Educacionais do Colégio GGE, Pedro Simas, a teoria motivacional que melhor se aplica neste momento que antecede os processos seletivos é o modelo ARCS (abreviatura para Atenção, Relevância, Confiança e Satisfação), que considera a expectativa de sucesso e os valores ou motivações pessoais como fatores determinantes para a realização de uma atividade educativa.
Diante do cenário em que estamos vivento, com aulas no modelo hibrido e com o sentimento de insegurança e incerteza ainda muito presentes na vida dos alunos, o especialista ressalta que o melhor formato de aprendizado são as cápsulas do conhecimento, com vídeos curtos e direcionados, em intervalos entre um conteúdo e outro, pensados especialmente para o vestibulando. Além disso, os assuntos abordados devem ser direcionados, sempre levando em consideração os assuntos mais presentes em provas de anos anteriores.
“A revisão é assertiva desde que seja baseada em estudos e que o aluno receba em cápsulas de conhecimento, que são os microlearnings, onde é possível se captar melhor a atenção do aluno. Desta forma, ele entende que o conteúdo está sendo abordado porque tem um significado. Isso aumenta a confiança do aluno por ele perceber que está sendo bem orientado e não está sendo desgastado”, afirma Pedro Simas.
Outra dica oferecida diz respeito ao estímulo à criação de grupos de estudo, mesmo nesta reta final. “É uma forma, inclusive, de se reforçar a socialização. Os diálogos diminuem a sensação do isolamento”, destaca.
Os momentos de intervalo também podem ser aproveitados pela escola. Nestas pausas, a escola pode promover momentos de alongamentos, dar orientações de ergonomia, sugestões de alimentação saudável, orientações psicológicas. Ou seja, criar o momento de quebra e de orientação vinda de uma fonte que o aluno confie.
“O departamento de psicologia das escolas pode entrar nestes momentos dando algumas recomendações e oferecendo canais de escuta para o aluno. Mais do que nunca, o estudante quer se sentir acolhido e se mostrar disponível é a melhor forma de atraí-lo”, conclui Simas.
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