Em um ano marcado por uma pandemia que acarretou no isolamento social e fechando escolas, o medo, a apreensão e a ansiedade tomaram conta do psicológico dos alunos. Foi um cenário de muita instabilidade para as escolas em geral e, em especial, para os estudantes do Ensino Médio, que se preparam para os processos seletivos universitários. Os principais certames acontecem neste início de 2021 e, por isso, cuidar do emocional dos alunos nesta reta final é ainda mais imprescindível.

As escolas têm papel fundamental nesta preparação final para as provas e, além das revisões de conteúdo, devem preparar atividades que cuidem também da inteligência emocional dos vestibulandos. De acordo com o professor e co-fundador do Centro de Estudos Felicidade, Diogo Lôbo, não apenas neste momento, mas, em toda a vida escolar, a maioria dos jovens só quer ser ouvido.

A base dos estudos da felicidade é o florescimento humano e isso é feito quando cada um atua na sua máxima potência, ou seja, quando conhece suas forças e fraquezas. Quando se escuta o aluno, se identifica as dores dele. Se o jovem aprende a escutar, ele já vai trabalhar muito o seu emocional. Isso porque se ele escuta o outro, ele escutará mais a si mesmo e, por consequência, terá um desempenho melhor em sua vida”, afirma.

Segundo o especialista, a escola precisa engajar o jovem tanto para os processos seletivos que estão chegando, como para os que ainda estão por vir.

Isso será feito quando ele se reconhecer. A escola pode ser o canal para que cada aluno siga sua trilha. O ambiente escolar tem que ser um canal encorajador para que o aluno possa se encontrar. Tem que ir aos poucos fazendo a transição e buscando a melhor forma de se comunicar”, explica.

Meditações, técnicas de respiração e terapias que livrem o medo são algumas das ferramentas que podem ser indicadas e utilizadas pelos estudantes com o objetivo de se conhecerem melhor e, ainda, de minimizar a ansiedade.

Segundo o gestor de projetos Educacionais do Colégio GGE, Pedro Simas, a teoria motivacional que melhor se aplica neste momento que antecede os processos seletivos é o modelo ARCS (abreviatura para Atenção, Relevância, Confiança e Satisfação), que considera a expectativa de sucesso e os valores ou motivações pessoais como fatores determinantes para a realização de uma atividade educativa.

Diante do cenário em que estamos vivento, com aulas no modelo hibrido e com o sentimento de insegurança e incerteza ainda muito presentes na vida dos alunos, o especialista ressalta que o melhor formato de aprendizado são as cápsulas do conhecimento, com vídeos curtos e direcionados, em intervalos entre um conteúdo e outro, pensados especialmente para o vestibulando. Além disso, os assuntos abordados devem ser direcionados, sempre levando em consideração os assuntos mais presentes em provas de anos anteriores.

A revisão é assertiva desde que seja baseada em estudos e que o aluno receba em cápsulas de conhecimento, que são os microlearnings, onde é possível se captar melhor a atenção do aluno. Desta forma, ele entende que o conteúdo está sendo abordado porque tem um significado. Isso aumenta a confiança do aluno por ele perceber que está sendo bem orientado e não está sendo desgastado”, afirma Pedro Simas.

Outra dica oferecida diz respeito ao estímulo à criação de grupos de estudo, mesmo nesta reta final. “É uma forma, inclusive, de se reforçar a socialização. Os diálogos diminuem a sensação do isolamento”, destaca.

Os momentos de intervalo também podem ser aproveitados pela escola. Nestas pausas, a escola pode promover momentos de alongamentos, dar orientações de ergonomia, sugestões de alimentação saudável, orientações psicológicas. Ou seja, criar o momento de quebra e de orientação vinda de uma fonte que o aluno confie.

O departamento de psicologia das escolas pode entrar nestes momentos dando algumas recomendações e oferecendo canais de escuta para o aluno. Mais do que nunca, o estudante quer se sentir acolhido e se mostrar disponível é a melhor forma de atraí-lo”, conclui Simas.

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