Meira garante que, durante a pandemia, este tipo de arranjo social tem sido replicado para o ensino remoto e prejudicado o aprendizado de crianças e jovens, como mostrou em resultado de pesquisa realizada na Europa, com conclusão de perda média equivalente a 1/5 do período letivo em que escolas ficaram fechadas durante o lockdown. Com base no apurado, o professor sugeriu um ajuste no atual modelo educacional.
Em continuidade ao pensamento, mas sob novas perspectivas, Luciano analisou a atenção de estudantes em tempos de fácil acesso às tecnologias e encorajou educadores para encontrarem caminhos que levem estes alunos, a partir do conhecimento, à possibilidade de resolução de problemas e tomada de decisões. A escola deve ser, então, um ambiente para desenvolver competências e habilidades.
Para o futuro do futuro da instituição escolar, Luciano Meira sugeriu um formato capaz de minimizar o passado, baseado em conteúdo, disciplinamento e certificação, e potencializar o espaço de aprendizagem com incentivo ao mergulho em experiências relevantes, capazes de desenvolver a autonomia e protagonismo autoral do estudante através da colaboração. Tudo isso, diante de uma avaliação que enfatize o desenvolvimento de competências e habilidades, apoiadas por conteúdo científico e, também, pelo exercício da resolução de problemas complexos. Tal contexto pode ser adaptado da Educação Infantil ao Ensino Superior, sem esquecer a ênfase na construção de uma educação focada em relacionamentos afetivos e intelectuais entre professores e alunos.
Era dos Polímatas e Educação 5.0: bem-vindo ao futuro
Izabela Domingues, professora da UFPE, da Cesar School/Porto Digital e do programa Líderes Digitais do Sebrae, abriu a segunda palestra do dia enfatizando que vivemos na sociedade do controle, da cibernética, da comunicação em rede. E provocou: “Será que estamos realmente numa sociedade de controle ou estamos na sociedade do total descontrole?”
A professora chamou de Policrise Planetária o atual tempo em que vivemos, período que exige mudança de conduta, de comportamento, de entendimento e coloca educadores no fronte dessas intervenções. Resultado da era do individualismo crescente, provocado pelo mundo complexo e volátil. Mundo ambíguo que ainda não sabemos manejar. Mas, apesar da tela de incertezas, Izabela reforça que não precisamos trabalhar a inovação disruptiva de forma amedrontada. Para a transformação radical, é preciso preparo. “Olho com muito carinho para 2021. Uma data rara, com um número após o outro. 20, 21 me lembram um passo após o outro”, reflete.
A visão de que a sociedade em rede transformou práticas seculares em questões obsoletas, como o funcionamento da própria hierarquia, foi outra abordagem que a palestrante trouxe para o webinário. Não se admite mais, por exemplo, associar a idade de alguém ao conhecimento que detém. Afinal, na Era dos Polímitas e Educação 5.0, jovens participam ativamente do processo de aprendizado e transferência de novas informações. Izabela deixou o alerta: “Precisamos de relacionamentos horizontais, afetuosos e de entendermos, sim, que somos eternos aprendizes.”
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