Que o ensino à distância trouxe dificuldades para professores, alunos e seus familiares, todo mundo sabe. No entanto, o foco do webinário comandando por Isabel Parolin não foi aprofundar os aspectos negativos do período remoto, mas pontuar atitudes que ajudem a superar obstáculos e possibilitem a implementação do ensino híbrido, com sucesso, entre os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

CAPACITAÇÃO COM UM TIME DE REFERÊNCIA

A busca por soluções para 2021, em decorrência dos desafios do ano anterior, foi tratada de forma objetiva pela psicopedagoga paranaense, mestre em Psicologia da Educação e consultora institucional de escolas públicas e privadas em todos o Brasil. A partir do tema “Relações familiares e ensino híbrido”, Isabel (foto), com vasta experiência na área, reforçou o time de profissionais que levaram reflexões e atualizações pedagógicas para professores e gestores das escolas parceiras do Sistema GGE de Ensino, durante a Formação Pedagógica 2021.1.

Em pouco mais de 1h de conversa, a palestrante demonstrou casos práticos e resultados de pesquisas que realizou com escolas, alunos e familiares no período do ensino remoto. Acredite: apesar de não ser novidade, a modalidade híbrida ainda oferece forte resistência frente aos recursos digitais.

Para ultrapassar barreiras no ensino híbrido e melhorar o desempenho de alunos e familiares na rotina escolar, confira 3 aspectos que precisam ser trabalhados no retorno às aulas.

1. Criar clima é fundamental

Em estudo realizado durante a pandemia, Isabel observou que o distanciamento do ambiente escolar prejudica o processo de organização e compreensão dos alunos. Qual professor não presenciou, nesse período, câmeras ligadas e estudantes distraídos com assuntos que nada tinham a ver com as aulas? A disputa era grande: café da manhã, cachorro na sala, programa favorito na televisão e, de quebra, as brincadeiras do irmão. Convites para a dispersão eram muitos e o esforço do professor para prender a atenção do aluno no conteúdo transmitido, enorme. A solução talvez estivesse na necessidade de levamos em consideração a nossa condição de “seres roteirizados”, como sugere a psicopedagoga.

Assim como o professor que, de sua casa até a escola, aos poucos, assume o papel de educador, com alunos acontece o mesmo. O ritual começa ainda no ambiente residencial. Vestir-se, organizar o material escolar e se despedir da família são ações que fazem parte da rotina de crianças e adolescentes. Portanto, criar atmosfera de estudo, desde o primeiro momento, é primordial. Alunos precisam entrar no clima da escola, mesmo estando dentro de casa, e a família é parte fundamental nesse esquema.

É preciso deixar o sanduíche para depois, adiar a diversão com o cachorro, desligar a televisão ou explicar ao irmão mais novo que brincadeira tem hora. Para assumir a função de aprendiz, o estudante deve seguir o ritual que antecede a aula. “Vimos a importância da criança cumprir rituais que a façam vestir-se do papel de aluno e da família, ter rotinas que a façam vestir-se do papel de família”, conclui Isabel.

2. Autorregulação da aprendizagem faz toda a diferença

Outra queixa comum no ensino remoto, foi a desorientação dos alunos quanto às tarefas que deviam desempenhar. Não por falta de esclarecimento dos professores, mas pela ausência de interesse e iniciativa do próprio estudante. Qual arquivo devo baixar? Que tarefa devo responder e enviar? Sobre qual assunto mesmo é a aula de hoje? Sobraram perguntas de jovens à mercê da intervenção de seus educadores.

É nesse cenário que Isabel defende a necessidade de autonomia, inclusive no sistema de ensino online. A ideia é que professores possam favorecer a autorregulamentação de seus alunos através do estímulo do pensamento e da atitude em direção à resolução de problemas. O aluno não deve apenas absorver informações. Aliás, o ideal é que cada estudante se aproprie do conhecimento que recebe e dê significado pessoal a ele. A autorreflexão sobre o próprio aprendizado, proporciona maior envolvimento com os estudos, boa assimilação do conteúdo e melhor desempenho em sala de aula.

3. Interações educativas e a escola como agente social

Eu não sei ensinar”, “estou desesperada” e “a escola precisa voltar” foram reclamações que a psicopedagoga ouviu de perto. A dificuldade para desempenhar o papel de educador foi manifestada, com frequência, por familiares e a percepção da importância do professor como agente de transformação individual e coletiva também. Talvez esse tenha sido o maior ganho para a comunidade escolar em tempos de pandemia: o reconhecimento da função social do professor e da escola.

Isabel Parolin aproveitou o momento, respaldada pelas avaliações que realizou durante o ensino remoto com estudantes, familiares e professores, para lembrar do imenso valor que tem o olhar e os gestos do educador na construção do relacionamento com seu aluno. A palestrante defendeu o posicionamento do Sistema GGE de Ensino, que prioriza a educação com amor e a preocupação com a qualidade das relações humanas, e fez o convite: “Vamos aproveitar que a sociedade entendeu o lugar e o valor da escola, o lugar e o valor do professor e vamos fazer valer isso”.

Quer assistir à íntegra da palestra de Isabel Parolin? Aperte o play no vídeo a seguir!

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